Qual Melhor Guitarra de 8 Cordas: Guia de Compra

Escolher a guitarra de 8 cordas ideal vai além de apenas adicionar duas cordas graves ao seu setup. Este instrumento abre um novo território sônico, popularizado por gêneros como Djent e metal moderno, mas exige uma análise cuidadosa de suas especificações para entregar o som e a tocabilidade que você procura.

Este guia foca nos critérios essenciais que você precisa conhecer: o comprimento da escala, o tipo de captador, a construção da ponte e as marcas que são referência no mercado. Ao final, você terá o conhecimento necessário para tomar uma decisão informada e encontrar a guitarra perfeita para seus riffs pesados e afinação estendida.

Comprar uma guitarra de 8 cordas é um investimento em um tipo específico de sonoridade e performance. Para garantir que o instrumento atenda às suas expectativas, você precisa avaliar alguns pontos técnicos que fazem toda a diferença na prática.

A estabilidade da afinação, a clareza das notas graves e o conforto ao tocar são diretamente influenciados por essas escolhas de design. Ignorar esses detalhes pode resultar em um som embolado e uma experiência frustrante.

• Comprimento da Escala: Fator decisivo para a tensão e clareza das cordas graves.
• Tipo de Captadores: Ativos oferecem clareza e alto ganho, enquanto passivos proporcionam mais dinâmica.
• Construção da Ponte: Pontes fixas garantem estabilidade máxima, essencial para afinações baixas.
• Madeiras e Construção: Influenciam o timbre, o sustain e o peso do instrumento.
• Marcas de Referência: Empresas como Ibanez, Schecter e Jackson são especializadas em guitarras de alcance estendido.

O mercado de guitarras de 8 cordas é dominado por marcas que entenderam as necessidades dos músicos de metal moderno. Cada uma tem uma filosofia de design distinta, resultando em instrumentos com características e públicos alvo diferentes.

Conhecer o perfil de cada fabricante ajuda a filtrar suas opções.

A Ibanez é frequentemente vista como pioneira no segmento, conhecida por seus braços finos e rápidos da linha Wizard. Seus modelos de 8 cordas são projetados para velocidade e precisão, sendo a escolha de muitos guitarristas de Djent e metal progressivo que valorizam a tocabilidade técnica.

A Schecter, por outro lado, foca em instrumentos robustos e prontos para o palco. Suas guitarras geralmente vêm equipadas de fábrica com captadores ativos de marcas consagradas como EMG ou Fishman, sendo ideais para quem busca um som pesado e articulado sem a necessidade de modificações.

Já a Jackson traz sua herança do metal dos anos 80 para o design de 8 cordas, oferecendo modelos com visual agressivo e tocabilidade otimizada para riffs e solos, muitas vezes com braços de raio composto que facilitam a execução em diferentes regiões da escala.

O comprimento da escala é talvez a especificação mais importante em uma guitarra de 8 cordas. Ela determina a tensão das cordas e, consequentemente, a clareza das notas graves. Uma escala curta demais para a oitava corda (geralmente afinada em F#) resultará em um som flácido e indefinido.

Existem duas abordagens principais para resolver esse problema: a escala padrão e a multiscale.

Uma guitarra de escala padrão, ou monofônica, usa o mesmo comprimento de escala para todas as cordas, geralmente entre 27 e 28 polegadas para modelos de 8 cordas. Essa abordagem é ideal para guitarristas que preferem a sensação de um instrumento tradicional e não querem se adaptar a uma nova geometria de trastes.

A desvantagem é que, para obter tensão suficiente nas cordas graves, as cordas agudas podem ficar excessivamente tensas, dificultando bends. Por outro lado, a escala multiscale, ou fanned-fret, utiliza trastes em ângulo para criar um comprimento de escala maior para as cordas graves e menor para as agudas.

Isso otimiza a tensão em todo o braço, resultando em graves firmes e agudos com tocabilidade suave. É a escolha perfeita para o músico de Djent que busca máxima definição sônica e está disposto a um curto período de adaptação para aproveitar os benefícios ergonômicos.

A escolha dos captadores define a voz da sua guitarra, especialmente sob alta distorção. Em uma guitarra de 8 cordas, onde a clareza das frequências baixas é fundamental, essa decisão se torna ainda mais crítica.

Captadores ativos são a escolha mais comum para metal moderno. Eles usam um pré-amplificador interno alimentado por uma bateria de 9V para produzir um sinal de alta saída com baixo ruído.

O resultado é um som comprimido, articulado e agressivo, que corta mixagens densas com facilidade. Modelos como o EMG 808 ou a série Fishman Fluence Modern são padrão da indústria para quem toca Djent, pois mantêm a definição de cada nota mesmo em riffs rápidos e complexos na oitava corda.

Captadores passivos, que não requerem alimentação externa, oferecem uma resposta mais orgânica e dinâmica. Eles reagem com maior sensibilidade à força da sua palhetada, proporcionando uma gama de timbres mais ampla, de cleans quentes a distorções pesadas.

Para guitarristas que valorizam a versatilidade e gostam de moldar o timbre com a dinâmica da mão direita, os passivos são a escolha ideal. Marcas como Bare Knuckle Pickups e DiMarzio produzem modelos passivos de alto ganho projetados especificamente para guitarras de alcance estendido, oferecendo uma alternativa poderosa aos ativos para quem busca um som pesado, mas com um toque mais natural e menos comprimido.

Manter a afinação em uma guitarra de 8 cordas é um desafio. A tensão combinada das oito cordas, especialmente as mais grossas, coloca uma pressão imensa sobre a ponte. Por essa razão, a maioria esmagadora das guitarras de 8 cordas utiliza uma ponte fixa, também conhecida como hardtail.

Este tipo de ponte ancora as cordas diretamente no corpo do instrumento, maximizando a transferência de vibração e, mais importante, a estabilidade da afinação. É a opção mais confiável para quem usa afinações muito baixas e não pode se dar ao luxo de ter o instrumento desafinando durante uma música.

Pontes de alta qualidade, como as fabricadas pela Hipshot ou os modelos Gibraltar da Ibanez, são projetadas para serem robustas e confortáveis para a mão direita ao abafar as cordas.

Embora existam guitarras de 8 cordas com pontes flutuantes (tremolo), elas são raras e voltadas para um nicho muito específico de músicos. A complexidade de manter a estabilidade de uma ponte flutuante com a tensão de oito cordas a torna uma opção impraticável para a maioria dos guitarristas.

Se você não tem uma necessidade absoluta de usar a alavanca, a ponte fixa é, sem dúvida, a escolha mais segura e eficiente para seu instrumento.